segunda-feira, 20 de junho de 2011

GANHANDO O 1º LUGAR NO CONCURSO NACIONAL DE CARTAZES

É gratificante poder ver uma criança com quem você trabalhou conseguir um grande resultado, mas o grande ganho com certeza é ter ajudado uma criança a realizar um sonho que pelas suas dificuldades financeiras por ser filho/a de família sem posses não seria possível alcançar sem o viés educacional. Quando você consegue um grande êxito de poder contribuir com a realização do sonho de uma criança tornando-o realidade você é um vencedor, e o seu trabalho atingiu o topo que você tanto almejava, você ficou com um aluno que você preparou em um lugar de destaque como um dos melhores do Brasil. Isso são para poucos e você chegou até lá. Hoje em pleno dia 20.06.2011 estou na capital do Brasil no Hotel Nacional de Brasília acabando de receber o prêmio junto com a aluna, e me sinto com segurança de dever cumprido, ao trazer uma criança do interior do Pará e de uma escola do campo com apenas duas salas de aulas a brilhar entre outras crianças de todo Brasil. Só estando aqui para sentir tal sensação de ter conseguido o que desejava, gravar o seu nome na educação do seu país, e isso eu consegui, pois fiz mais um vencedor. Depois de ter ficado duas vezes em terceiro lugar do Brasil, agora atingiu-se finalmente o primeiro lugar no Concurso Nacional de Cartazes.
Estando aqui três dias tudo pago pelo governo em uma viagem sensacional de avião  ida e volta e poder ficar em um hotel 5 estrelas onde antes era apenas expectativa, hoje é realidade. E quando se faz esta viagem mais de uma vez como eu, e as amizades que se pode construir ao conhecer pessoas maravilhosas de outras partes do Brasil vem coroar o resultado de um bonito trabalho de educador, e acredito que fiz o melhor que pude ao fazer um aluno vencedor e boas amizades.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

As cinco capacidades necessárias para o início da alfabetização

ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
As cinco capacidades necessárias para o início da alfabetização:

1-Ideia de símbolo: Esta é a primeira capacidade a ser trabalhada com a criança antes de iniciar a “alfabetização” propriamente dita. Pode ser feito no primeiro dia de aula. Eu sempre faço no primeiro dia de aula, logo na segunda feira. O que a criança vai aprender nesta aula é que cada símbolo tem um nome e indica ou representa algo.
          Neste momento a criança está aprendendo que cada símbolo tem um nome e quando chegar nas letras ela saberá que cada uma possui um nome diferente.
  
a)    Faça a leitura dos símbolos abaixo: Nesta atividade ele estará aprendendo que os símbolos têm nomes e significados. Tudo para prepará-los para a alfabetização quando chegarmos aos fonemas ele já tem noção que cada símbolo alfabético terá um nome diferente dos demais.
AQUI TERÁ UMA BANDEIRA DO BRASIL DESENHADA, UMA ESTRELA, UMA SETA, UMA PLACA DE PROIBIDO FUMAR, UM ROSTO SORRINDO, CHORANDO, TRISTE, etc. (TODOS SEM PINTAR)

imagens de um computador, bicicleta, som, dvd, televisão, caderno, livro, etc.


b)    Faça o desenho ou colagens de: bandeiras de times, logotipos, sinais de trânsito e embalagens de produtos.



c)     Descubra que significa os gestos e mímicas dos colegas:

Observação importante: Entre as cinco capacidades cada professor escolherá a ordem, eu as sigo na ordem em que estão colocadas, uma em cada dia, logo as 5 capacidades podem ser estudadas em uma semana.



ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
As cinco capacidades necessárias para o início da alfabetização:

2-Discriminação de formas: Esta atividade eu desenvolvo no segundo dia de aula em que a criança vai aprender que dependendo das formas as figuras vão ter nomes diferentes.
Quando chegar nas letras verá que cada uma tem uma forma diferente das outras. Lembre-se que estamos preparando o nosso aluno para a alfabetização.
a)    Desenhe as figuras em três tamanhos diferentes:

b)    Transforme os círculos em letras e números: a, p, b, d, q, o, g, Q, e, c, x, u, m, h, n, 6, 8, 9, 0, 5, 3.
_________________________________________________________________
Esta atividade tem alto índice de aprendizagem das crianças e elas gostam muito.
A atividade é assim, você coloca o círculo no quadro e manda a criança puxar um risco como se fosse uma perna do lado de trás do círculo, este vai virar um “b”, agora faça outro círculo e peça para a criança colocar uma perna pela frente do círculo e este vai virar um “d”.
Assim, você vai mostrando que elas são diferentes e que apresentam nomes diferentes. E dessa forma, você vai fazendo com a criança esta atividade respeitando o tempo de cada uma.
No final você coloca um círculo e pede para cada criança ir ao quadro, e fazer uma que tenha aprendido. Ela já aprendeu que as pequenas diferenças de uma letra e outra lhe dão um nome diferente.



ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
As cinco capacidades necessárias para o início da alfabetização:

3-Discriminação dos sons da fala:
Nesta atividade você vai trazer uma relação de palavras para que a criança perceba os sons da fala. Ela vai aprender os sons e identificar se este som existe ou não na palavra.

Você escreve a palavra e pergunta se tem o som do “A” e se elas perceberam este som na palavra. Assim, você vai fazer palavras com BA, CA, DA, FA, GA, ... Da mesma forma você faz com os outros fonemas.

Você está preparando a criança para quando for trabalhar as vogais ela já estarem familiarizada com o som de cada uma.
a)    Lista de palavras:
ÁBACO
ÍDOLO
ÚTERO
ÁCARO
ILHA
ÚMERO
ÁRABE
ÍRIS
ÚMIDO
ABADÁ
ÍTALO
UFA


Esta atividade vai depender de sua criatividade eu trago palavras prontas para todas as crianças poderem manipular as mesmas em papel cartão ou outro material. Coloco no quadro e mando encontrarem entre as tarjetas de nomes que tem, estou treinando a sua visualização e compração, além claro da discriminação do som.



ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)

As cinco capacidades necessárias para o início da alfabetização:

4-Consciência da unidade da palavra:
           Nesta atividade a criança aprende que quando ela fala as palavras se juntam umas as outras, mas na escrita elas devem vir separadas. Não se pode emendar as palavras na escrita, algumas colocam uma barra para separar uma palavra da outra.
           Fale as palavras bem compassadas para que a criança perceba a unidade de cada palavra na frase. No final de cada frase coloque o numeral que representa o número de palavras, a criança estará aprendendo matemática. Esta atividade vai evitar que a criança escreva as palavras emendadas umas as outras, eu obtenho aprendizagem de 100%. Quando vão escrever eles percebem que as palavras estão separadas e cada um usa um determinado artifício para não juntar as palavras.

a)    Responda quantas palavras tem em cada frase abaixo:

           O ITUÍ É UM PEIXE DO RIO UBÁ.____
           MOJU É O NOME DO MUNICÍPIO ONDE MORAMOS.____
           A ESCOLA DEUS É PAI FICA LOCALIZADA NO BAIRRO AMOR____



b)    Fazer lista de palavras com: objetos que estão à vista dos alunos, com termos de parentesco, partes do corpo humano, profissões, animais, plantas, frutas, sentimentos, comidas, brincadeiras, instrumentos, acidentes geográficos, etc..


c)     Que palavras se repetem no texto:
O SAPO NÃO LAVA O PÉ
NÃO LAVA PORQUE NÃO QUER
ELE MORA LÁ NA LAGOA
NÃO LAVA O PÉ
PORQUE NÃO QUER
MAS QUE CHULÉ!

Eu trago palavras feitas para a criança formar as frases, algumas formam frases muito engraçadas, é claro, sem querer, Elas ficam muito felizes. Faça do seu jeito que vai dar tudo certo.



ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
As cinco capacidades necessárias para o início da alfabetização:

5-Organização da página escrita:

Nesta atividade a criança vai aprender que a gente escreve da esquerda para a direita. Tem que fazer as linhas no quadro assim como tem na folha de papel do caderno da criança para que ela perceba a semelhança. Esta atividade deve ser feita de forma bem detalhada. Esta etapa é para evitar que a criança escreva ao contrário, ou seja, do final da palavra para o começo ou como falamos da direita para a esquerda.

a)    Faça a leitura de textos conhecidos pelos alunos, indicando as palavras uma de cada vez:
PIRULITO QUE BATE BATE                
PIRULITO QUE JÁ BATEU
QUEM GOSTA DE MIM É ELA
QUEM GOSTA DELA SOU EU

b)    Solicitar que os alunos criem frases ou textos para o professor escrevê-los no quadro e em seguida fazer a leitura como na questão anterior.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________c) Escolher textos da cultura local para a leitura, como: provérbios, ditados populares, reflexões, versos, parlendas, adivinhas, trava-língua etc..
Autor: Raimundo Gomes de Souza

Ensinando os Sons Vocálicos em Onze Aulas

ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Aqui estamos começando o ensino dos sons vocálicos que serão realizados em onze aulas. A sequência é A, I, U devido elas terem um único som nas palavras. Em seguida será trabalhado o E/e(aberto = “é”), E/e(fechado = “ê”), como também o ensino de O/o(aberto = “ó”), O/o(fechado = “ô”). Continuando os sons vocálicos será trabalhado o E/e com som de “i” e O/o com som de “u”. E por fim as vogais nasais e o encontro vocálico. Num total de 11 aulas só para os sons vocálicos, só que a criança aprende muito mais do que apenas os sons vocálicos, aprendem palavras.
Terá durante estas onze aulas duas super-especiais que é o E/e com som de “i” e O/o com som de “u”. Vou explicar como fazer para os seguidores, pois é muito difícil alguém ter uma explicação do porquê de se escrever em uma palavra como abacate, por exemplo, com “e” no final de palavras com som de “i”. Por que não se escreveu logo com i? Não é apenas uma regra, existe uma explicação. Fiz uma pesquisa com dezenas de professores e alguns até pedagogos para verificar qual explicação dariam quando questionados o porquê de se escrever com “e” mesmo tendo som de “i”, como explicar e deixar bem claro para a criança? A resposta foi sempre decorar o grupo de palavras tanto terminadas com e quanto com i. E que é uma regra. No entanto, a explicação é simples e os alunos aprendem com muita facilidade. Imagine uma criança de seis anos dando um show em palavras escritas com “e” ou “i” no final de palavras sabendo identificar com muita nitidez e com segurança esta aprendizagem, é muito gratificante para nós educadores. Caso queira saber seja um seguidor que envio para o seu email.
Assim como o “e” tem som de “i” e o “o” tem som de “u”. Da mesma forma tem uma explicação. 
Vou mostrar apenas na aula do fonema A/a passo a passo como desenvolvo o trabalho para alfabetizar uma criança. 
ATIVIDADES A PARTIR DE UM TEXTO:
1-Exploração do título:
Ex.: Por que o texto tem esse título?
-que outro título podemos dar ao texto?
-explorar também ilustrações ou imagens do texto.
2-Leitura natural do texto:
- em voz alta e sem interrupções.

3-Troca de idéias com a turma: (interpretação oral ou escrita)
Ex.: O que compreenderam da leitura?
-qual a relação do assunto ou tema do texto com as experiências de vida dos alunos.

4-Identificação do gênero do texto:
Ex.: Que gênero de texto é esse?
-por que você diz que é uma fábula?
-onde podemos encontrar esse gênero de texto?
-qual a intenção do autor ao escrever o texto?

5-Leitura didática:
-feita pelo professor, apontando uma palavra de cada vez, com a turma repetindo cada um das palavras.

-atenção para as sílabas tônicas das palavras com o fonema estudado.

6-Modo como o texto é organizado no papel:
-direção da escrita, da esquerda para a direita.
-limites gráficos das frases, onde começam e onde terminam.
-número de frases.
-uso de maiúsculas e minúsculas.
-pontuação.
-espaço entre as palavras e o número de palavras numa frase.
7-Leitura de texto: ora pela turma toda, ora por um único aluno.
8 – O texto deve ter num total de cinco leituras: a 1ª leitura feita em tom de história feita pelo professor, a 2ª Leitura natural do texto em voz alta e sem interrupções feita por todos( professor e alunos repetem), 3ª Leitura didática feita pelo professor, apontando uma palavra de cada vez, com a turma repetindo cada um das palavras, 4ª Leitura dando ênfase para as palavras marcando-as no texto que contem o fonema estudado, e a 5ª Leitura do texto dando atenção para as sílabas tônicas das palavras com o fonema estudado.

        PASSO A PASSO COMO DESENVOLVER AS AULAS. ESTA É SOBRE O FONEMA a/A
Faço as cinco leituras do texto do Vavá, depois faço o ditado dos tipos de “A/a”. Em seguida faço o ditado das palavras com o fonema A/a ( o ditado é feito assim, as crianças levantam o braço com o lápis e eu escrevo a palavra no quadro, eu leio a palavra várias vezes (COM ELES REPETINDO) até eles dizerem que eu posso apagar, eu apago e eles baixam o braço e agora podem escrever, eu estou treinando a memorização das palavras, muitos vão conseguir, eu vou passando entre as carteiras e vou olhando quem conseguiu e quem não conseguiu, depois escrevo no quadro para que percebam onde erraram. Este ditado faz muito sucesso, e as crianças gostam muito. Esta aula eu termino com uma pescaria. Faço os peixes em isopor e escrevo os nomes dos peixes de isopor (acará, mapará, jandiá, etc.), depois nesses peixes eu coloco clipes de pé enterrados neles com uma parte de fora. Outros clipes eu faço anzol que amarro numa linha e numa vara. Faço gincana entre as crianças de meninos contra meninas. Eu escrevo o nome do peixe no quadro a gente lê e depois que eles memorizam eu apago e mando eles pescarem, dois de cada vez, ou seja, uma menina e um menino , eu tenho dois jogos com os nomes dos peixes, os colegas ficam incentivando e ajudando caso estejam pescando o peixe diferente, assim eu vou fazendo até não restarem mais peixes. Quem pegar todos os peixes primeiro ganha a gincana da pescaria e a aula termina com a aula sendo um sucesso, eles avaliam e dizem que gostaram muito da aula (Sempre).  Nós pregamos este texto sobre o fonema A/a na parede, e assim cada texto trabalhado vai para a parede para que as crianças possam sempre que quiserem ficar lendo ou brincando de leitura nos cartazes das paredes.
Este texto eu trabalho também nos outros dias para desenvolver as demais disciplinas. Eu fico quase uma semana num texto desses, faça do seu jeito. Pode melhorar os textos ou tirar parte deles, não é necessário que cada criança copie todo o texto no tempo determinado, pois alguns vão conseguir e outros não.  Afinal, cada criança tem seu próprio tempo de aprendizagem. Quando o tempo terminar continue cada atividade planejada. SUCESSO.
OBSERVAÇÃO: Fiz todos os textos em caixa alta, mas trabalho com todas, cursiva e também imprensa.  Inclusive o texto que vai para a parede está em formato de imprensa.

ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Aula 06

A PESCA DE VAVÁ
                      
VAVÁ CONVIDOU ARI E AMÁLIA QUE MORAM NO PIRIÁ PARA PESCAR COM ELE NO RIO UBÁ. ELE DISSE AO ARI:
___ AMIGO, NÃO JOGUE ESSE PLÁSTICO NA ÁGUA, NÃO DEVEMOS POLUIR O MEIO-AMBIENTE.
NA PESCARIA VAVÁ PEGOU 1  ITUÍ, 2  TAMATÁS, 3  ACARÁS, 4  JACUNDÁS, 5  JANDIÁS E NENHUM MAPARÁ E TROUXE PARA SUA AMADA MÃE ALDA CUIDAR E SAIU COM ARI PARA O POMAR.
VAVÁ PEGOU BIRIBÁ, INGÁ, MARAJÁ, 6  MARIS, 7  UXIS, 8  MANGAS, 9  TAPEREBÁS, MUCAJÁ, PIQUIÁ, BACABA, PATAUÁ E 10 MARACUJÁS.
ARI E AMÁLIA VOLTARAM PARA CASA CARREGADOS DE FRUTAS E PEIXES PEGOS PELO SEU MELHOR AMIGO VAVÁ.  ETA MENINO BOM PRA PESCAR.

Autor: Raimundo Gomes de Souza

Indicadores Inclusivos/ Aspectos da Vida Cidadã/ Temas Transversais: Afirmação a Igualdade de Gênero e Educar para a sustentabilidade. A Educação Ambiental como estratégia para a mudança de atitudes.
Explorando o texto: Ensino Religioso: O valor da amizade e é bom ter amigos. Respeito pelos pais e amor de filho.
Matemática: Os numerais de 0 a 10. Número, algarismo e numeral.
LINGUAGEM ORAL: ESCRITA DO NOME DA CRIANÇA   e  (ESCUTA ATIVA DE UMA EXPOSIÇÃO - leituras para a turma da história A pesca de Vavá).
Língua portuguesa: Fonema A/a - Estrutura de texto(parágrafos). Leitura do texto, interpretação e ditado de palavras com fonema A/a. – Singular e Plural. Substantivo.
História e Geografia: O município de Moju (Rio Ubá e Piriá).
Ciências: Animais (peixes)  e Vegetais (frutas) Higiene Alimentar, Higiene Ambiental (preservação do meio ambiente, poluição), Higiene Social.
Arte: Desenho e Pintura: As formas dos Numerais e as Formas das Frutas ou Rios, árvores, peixes.
Há um erro na palavra tamatá, o certo é tamuatá. Eu deixei como as crianças falam, e quando forem estudar encontro vocálico eu volto na palavra e acrescento.



ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Aula 07

O CASTIGO DE DIDI

DIDI MORA EM JACUNDAÍ E FOI PASSAR O MÊS DE FÉRIAS NO ARAUAÍ COM SUA TIA IVA. ELE LEVOU ABACAXI, MARI, UXI, MIRITI, BACURI E AÇAÍ.
DIDI É UM MENINO METIDO E VIOLENTO. GOSTA DE BATER NOS COLEGAS. PEGA O QUE NÃO É SEU E JOGA A CULPA EM OUTRO. É A DOR DE CABEÇA DE QUALQUER PROFESSOR QUE REZA PARA NÃO TER ELE EM SUA SALA. SUA MÃE IARA NÃO DAR CONTA COM ELE.
DIDI NEM BEM CHEGOU MATOU O JABUTI DE SUA TIA E JOGOU NO RIO, COMO CASTIGO FICOU UMA SEMANA SEM JOGAR BOLA.
TIA IVA DEU CONSELHOS A DIDI QUE NEM LIGOU. AÍ ELA CONTOU-LHE A HISTÓRIA DOS DOIS GALOS, QUANDO TERMINOU FALOU:
___ OLHA DIDI, DO JEITO QUE VOCÊ AGE PODE ACABAR NA RUÍNA.

                                                                                                  Autor: Raimundo Gomes de Souza
Indicadores Inclusivos: Acesso de alunos a atividades esportivas E A Educação Ambiental como estratégia para a mudança de atitudes.
Ensino Religioso: A Família e a Convivência Familiar, Boas e Más Ações do ser humano, respeito mútuo, Respeito aos seres vivos e aos animais.
Matemática: Os dias das semanas. Número, algarismo e numeral. Operações de adição e subtração dando valor ao jabuti e as frutas presentes no texto.
Língua portuguesa: Fonema I/i - Estrutura de texto (parágrafos). Leitura do texto, interpretação e ditado de palavras com fonema I/i. – Singular e Plural. Substantivo Próprio e Comum.
História e Geografia: O município de Moju (Comunidades de Arauaí e Jacundaí).
Ciências: Animais (Jabuti)  e Vegetais (frutas). Higiene Alimentar, Higiene Ambiental (preservação do meio ambiente, animais em extinção), Higiene Social (Violência).
Arte: Desenho e Pintura: As formas do Jabuti, do galo, da bola,  e as Formas das Frutas.


ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Aula 08

O GATO E O GALO

A PROFESSORA LULU QUE MORA NO SUCURIJU FOI TRANSFERIDA PARA DAR AULA NO URUBUPUTAUA E ENCONTROU ALUNOS MUITO VIOLENTOS QUE BATIAM NO OUTRO POR QUALQUER MOTIVO.
LULU CONTOU A SEUS ALUNOS A HISTÓRIA DO GATO QUE HAVIA PRENDIDO UM GALO NO BAÚ E IMAGINAVA  UMA DESCULPA PARA COMÊ-LO.
ACUSOU O GALO DE CAUSAR ABORRECIMENTO AOS HOMENS JÁ QUE CANTAVA A NOITE E NÃO OS DEIXAVA DORMIR. O GALO OFERECEU JURU, CARURU, JAMBU, URUCUM, UIRAPURU, CUPUAÇU, URUBU, PIRARUCU, MAS NADA ADIANTOU.
O GALO COMO ÚLTIMA SAÍDA DISSE:
---- EU CANTO A NOITE PARA OS HOMENS ACORDAREM CEDO E IREM PARA O TRABALHO.
O GATO RESPONDEU:
___ APESAR DE VOCÊ TER UMA BOA DESCULPA EU NÃO POSSO FICAR COM FOME, E COMEU O GALO.
LULU FALOU A SEUS ALUNOS:
___ QUEM É MAU E VIOLENTO SEMPRE VAI ACHAR UMA DESCULPA PARA SUAS AÇÕES.

Autor: Raimundo Gomes de Souza


Indicadores Inclusivos: Ações de acompanhamento das famílias de alunos em situação de risco;
Ensino Religioso: Boas e Más Ações, A violência social
Matemática: Os numerais de 0 a 10. Número, algarismo e numeral, as operações de adição e subtração sobre o preço ou valor para os animais.
Língua portuguesa: Fonema U/u  - Estrutura de texto(parágrafos). Leitura do texto, interpretação e ditado de palavras com fonema U/u. – Singular e Plural. Substantivo Próprio e Comum.
História e Geografia: O município de Moju (Sucuriju e Urubuputaua).
Ciências: Animais Vertebrados (peixes e mamíferos) e Vegetais (frutas). Cadeia Alimentar. Animais Domésticos e Selvagens.
Arte: As formas dos Numerais e as Formas das Frutas e as formas dos Animais.
Iniciação a Pesquisa: Pedir aos alunos que pesquisem sobre o animal que ele tem em sua casa ou na casa de um parente: 1° desenhar o animal e depois fazer um quadro com as principais características: pelo ou pena, ou escama, o que come? Sua cor, como dorme? Seu nome? Se voa, anda, corre ou nada? Respira por pulmões ou não, nasce de ovo ou da barriga da mãe? E outras características que o professora queira explorar.


ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Aula 09

O VENDEDOR DE PICOLÉ

PELÉ É UM MENINO QUE MORA NO AGUAPÉ E ACORDA CEDO COM OS OLHOS SÓ MELECA OU REMELA, TOMA BANHO NO IGARAPÉ E PEGA O ÔNIBUS PARA IR À ABAETÉ BUSCAR PICOLÉ PARA VENDER NO CAETÉ.
PELÉ TEM 9 ANOS, ADORA GELÉIA, NÃO ESTUDA E NEM SABE LER OU ESCREVER. ELE TRABALHA O DIA INTEIRO QUE NÃO TEM TEMPO DE BRINCAR COM SEUS MELHORES AMIGOS ÉRICO DE 8 ANOS E ELÓI DE DEZ ANOS.
SEVERO E EVA PAIS DE PELÉ PREFEREM QUE O FILHO SEJA UM TRABALHADOR DO QUE UM REBELDE OU PIVETE, PARA QUANDO CRESCER PERDEREM A RÉDEA, E AÍ NÃO TER MAIS REMÉDIO.
 PELÉ SE PREOCUPA COM SEU PAI SEVERO QUE É CEGO, E MESMO TRABALHANDO PEGA O TELEFONE E LIGA PARA A CASA DO VIZINHO VEVÉ. ELE AMA OS PAIS E TRABALHA VENDENDO PICOLÉ PARA AJUDAR A FAMÍLIA.

                                                                                                  Autor: Raimundo Gomes de Souza
Explorando o texto:
Indicadores Inclusivos: Inclusão, em sala de aula regular, de alunos com deficiência (como? Na hora da conversa em que os alunos falam sobre as deficiências e comentam sobre o respeito ao deficiente, a aceitabilidade na aula regular, etc.).
Ensino Religioso: O valor da amizade e é bom ter amigos. Respeito pelos pais e amor de filho. Respeito as diferenças (Inclusão do deficiente visual e outros).
Matemática: Os numerais de 0 a 10. Número, algarismo e numeral. Operações fundamentais com Vendas diversas. O dinheiro brasileiro (reais e centavos)
Língua portuguesa: Fonema E/e (aberto)  - Estrutura de texto(parágrafos). Leitura do texto, interpretação e ditado de palavras com fonema E/e – Singular e Plural Substantivo.Substantivo Próprio Comum.
História e Geografia: O município de Moju (Aguapé e Caeté). Tipos de trabalhos e Trabalho Infantil. Meios de Transporte e comunicação. A família.
Ciências: Animais (peixes)  e Vegetais (frutas).
Arte: As formas dos Numerais e as Formas das Frutas, Higiene Alimentar, Higiene Ambiental, Higiene Social.
Iniciação a Matemática Prática: Montando uma venda
___ Compra e troco (Cálculo)
___ Os alunos junto com o professor devem montar uma venda com alguns alunos sendo vendedores e outros consumidores.



ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)

Aula 10

DIREITOS E DEVERES

LÊDA IRMÃ DE PEDRO E ELIAS É UMA ALUNA TRAVESSA DA LOCALIDADE DO POACÊ, E MESMO COM MEDO ACORDA CEDO PARA IR PARA A ESCOLA. CERTO DIA PERGUNTOU A PROFESSORA BEATRIZ SE TINHA DIREITOS.
BEATRIZ EXPLICOU QUE TODO ALUNO TEM DIREITO A RECEBER EDUCAÇÃO, ALIMENTAÇÃO, ESTUDAR EM AMBIENTE LIMPO SER RESPEITADO E CONSERVAR A LIMPEZA DA ESCOLA.
OS DEVERES DOS ALUNOS É NÃO FALTAR À ESCOLA, PRESTAR ATENÇÃO NAS AULAS, SE ESFORÇAR NOS ESTUDOS, RESPEITAR COLEGAS E PROFESSORES E CONSERVAR A LIMPEZA DA ESCOLA.
LÊDA FICOU FELIZ DA VIDA. ELA É DEDICADA E CUMPRE SEUS DEVERES, ESPERA QUE SEUS DIREITOS SEJAM RESPEITADOS.
BEATRIZ ERGUEU O DEDO E DISSE AOS SEUS ALUNOS QUE QUANDO FAZEM SILENCIO APRENDEM COM CERTEZA.
Autor: Raimundo Gomes de Souza
Explorando o texto:
Ensino Religioso: O valor da amizade e é bom ter amigos.
Matemática: Os numerais de 0 a 10. Número, algarismo e numeral.
Língua portuguesa: Fonema E/e  - Estrutura de texto(parágrafos). Leitura do texto, interpretação e ditado de palavras com fonema E/e (fechado) – Singular e Plural.
História e Geografia: O município de Moju (Poacê). ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e os direitos e deveres.
Ciências: Animais (peixes)  e Vegetais (frutas). Higiene social, ambiental, alimentar,...
Arte: As formas dos Numerais e as Formas das Frutas.




ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Aula 11

A PÁSCOA DE ODETE E OLAVO

ODETE E OLAVO QUE VIVEM EM JERICÓ FORAM PASSAR A PÁSCOA NA CASA DA VOVÓ ROSA QUE MORA NO VALE DE ACÓ, JÁ QUE SUA MÃE NÃO QUIS LEVÁ-LOS A BELÉM POR CAUSA DA VIOLÊNCIA E POLUIÇÃO SONORA.
OLAVO ESTÁ COM O GOGÓ SECO POR UM COPO, BOLA OU OVOS DE CHOCOLATE FEITOS PELA VOVÓ. ELA EXPLICOU QUE PÁSCOA NÃO É SÓ DOCES, MAS REFLETIR SOBRE A RESSUREIÇÃO DE CRISTO COMO RENOVAÇÃO DA VIDA.
OLAVO CONTOU A SEUS PRIMOS DOCA E JACÓ UMA FOFOCA SOBRE ODETE QUE SAIU PARA A FEIRA E COMPROU MOCOTÓ E COCOTA PARA O ALMOÇO QUE VIROU JANTAR. ODETE COM RAIVA JOGOU UMA BOLOTA DE PIPOCA NO IRMÃO BOCÓ. NO PASSEIO VIRAM UM SOCÓ, OVELHA, OLARIA E UMA COPA DE CIPÓ.
O VOVÔ JOTA CONTOU AOS NETOS COMO ERA BONITA A POPROROCA QUE HAVIA EM MOJU. DISSE AOS NETOS QUE A PÁSCOA É UM MOMENTO DE AMOR, REFLEXÃO E DE REENCONTRO DE FAMILIARES QUE FESTEJAM A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RENOVAÇÃO DA VIDA. ODETE E OLAVO NUNCA VÃO ESQUECER A PÁSCOA NA CASA DA VOVÓ.

Autor: Raimundo Gomes de Souza
Explorando o texto:
Ensino Religioso: O valor da amizade e é bom ter amigos. Respeito pelos pais e amor de filho. Respeito aos idosos. Semana Santa (Páscoa). Renovação da vida. Símbolos da Páscoa e o sentido da vida.
Matemática: Os numerais de 0 a 10. Número, algarismo e numeral.
Língua portuguesa: Fonema O/o  - Estrutura de texto(parágrafos). Leitura do texto, interpretação e ditado de palavras com fonema O/o. – Singular e Plural.
História e Geografia: O município de Moju (Jericó e Vale de Acó).
Ciências: Animais (penas) e Vegetais (frutas). Poluição Sonora, Visual e Ambiental. Higiene Alimentar.
Arte: As formas dos Numerais e as Formas das Frutas. A lenda da Pororoca e os três pretinhos.

    

ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Aula 12

O CASTIGO DA LÍNGUA

LOLA É PROFESSORA NA SOCÔCO E TODO DIA ÉUM SUFÔCO SAIR DO OLHO D’ÁGUA ONDE MORA COM SEU AVÔ SORO RODO. ELA CONTOU A SEUS ALUNOS SOBRE O CASTIGO DA LÍNGUA.
OS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS FORAM ATÉ DEUS RECLAMAR DA LÍNGUA SER INTROMETIDA E UMA GAROTA BOBA QUE OS FAZIA PARECER UM ROBÔ. ELES TRABALHAVAM E ELA LEVAVA TODO O CRÉDITO.
A PELE FALOU:
___ SENHOR DEUS ATRAVÉS DO MEU TATO EU SINTO O QUENTE, O FRIO, O ÁSPERO, O DURO E O LISO, E A LÍNGUA DIZ: ___ SENTI.
O NARIZ TAMBÉM RECLAMOU:
___ COM O MEU OLFATO SINTO O CHEIRO E O ODOR E A LÍNGUA DIZ: ___ SENTI.
O OUVIDO DISSE:
___ COM A MINHA AUDIÇÃO OUÇO O CANTAR DOS PÁSSAROS, O SOM E O BARULHO DAS COISAS E A LÍNGUA DIZ: ___ OUVI!
O OLHO DISSE:
___ COM A MINHA VISÃO POSSO VER AS MARAVILHAS CRIADAS POR DEUS E AS TRANSFORMADAS PELO HOMEM E A LÍNGUA DIZ:  ___ VI.
DEUS OUVIU TUDO E DECIDIU PUNIR A LÍNGUA. O CASTIGO SERIA 2 DEZENAS DE BOLOS, ELE CHAMOU O CARRASCO, ESSE VEIO, ESPICHOU A LÍNGUA E DEU O PRIMEIRO BOLO COM TODA FORÇA. O NARIZ ESCORRIA, O OUVIDO TINIA, A PELE DOÍA E O OLHO LACRIMEJAVA. A LÍNGUA FICOU ROXA E QUANDO O CARRASCO IA DAR MAIS UM BOL O OS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS PEDIRAM:
___ SENHOR DEUS, PERDOE A LÍNGUA, POIS ENQUANTO ELA SOFRE , NÓS SOFREMOS JUNTOS.

Autor: Raimundo Gomes de Souza



ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
                                                         Aula 13

A MENINA POTI

LÁ NA MATA DA VILA BUFETE VIVE A MENINA POTI. ELA VIVE NUMA OCA  COM SUA FAMÍLIA LÁ NO PIRI. NA OCA TEM TAPETE E REDE DE MIRITI.
POTI VAI DE BOTE E LEVA O POTE E O CAROTE COM ÁGUA.
A POTI LEVA TOMATE, ABACATE, CUTITE, MAXIXE  E BACURI. ELA LEVA O ALICATE PARA COSTURAR A REDE E O PARI E PEGAR PEIXE PARA O POVO DA ALDEIA NO CACURI.
POTI É UMA GUERREIRA TUPI GUARANI.
 Autor: Raimundo Gomes de Souza



ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Aula 14

A FESTA DO MENINO BOTO

NA LOCALIDADE DE SANTO ANTÔNIO NA BEIRA DO RIO MOJU MORA O GAROTO BOTO COM O SEU VELHO AVÔ BOTOCO.
O MENINO BOTO CHAMOU O MC PAPAGAIO LOURO PARA TRAZER SEU RÁDIO E SER O DJ DA FESTA. NA HORA DA DANÇA NÃO TINHA DAMA.
O GATO QUERIA DANÇAR COM O RATO, A COBRA MACHO COM O SAPO, O LOBO COM O GALO E O GAVIÃO COM O PATO.
A FESTA VIROU UMA CONFUSÃO, POIS O RATO, O SAPO, O GALO E O PATO TINHAM MEDO DE SEUS PARES E CORRIAM PARA TODO LADO. O MACACO ENGRAÇADO CORRIA E DIZIA PARA O TOURO:
___ AMIGO, ESTA FESTA É UM ESTOURO!

Autor: Raimundo Gomes de Souza


ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
        Nesta aula o professor vai trabalhar o encontro vocálico.
  Aula 15

O ROUBO
                LÁ NO ARAUAÍ MORA BIA E PAULO COM SEUS AVÓS. ELES SÃO PIAUIENSES E SE ENVOLVERAM EM UMA CONFUSÃO.
SABIÁ ACUSOU OS DOIS IRMÃOS DE ROUBAREM SUA ROUPA E SEU CELULAR DO BANHEIRO QUE SEU PAI LÁ DO MAIAÚ HAVIA COMPRADO NO PIRATEUA.
CAIO QUE MORA COM SUA MÃE FOFOQUEIRA E COM SEU PADRASTO MEXERIQUEIRO ERA A TESTEMUNHA.
___ EU VI A BIA E PAULO PERTO DO TELEFONE.
OS DOIS DIZIAM  NÃO TER PEGADO. ENTÃO A PROFESSORA VITÓRIA CHAMOU O VIGIA RAUL PARA REVISTAR OS MENINOS E ELA REVISTOU AS MENINAS. NADA FOI ENCONTRADO.
SABIÁ NA SAÍDA PEGOU A CANOA E FOI PARA A CASA CHORANDO. NO OUTRO DIA CHEGA SORRINDO E DIZ:
___ FOI TUDO UM ENGANO EU HAVIA DEIXADO EM CASA.
  
Autor: Raimundo Gomes de Souza 

ALFABETIZAÇÃO COM BASE LINGUÍSTICA (ABL)
Nesta aula o professor vai trabalhar  as vogais a/o com o uso do til
Aula 16

O ESCAÇO PEDICHÃO
JOÃO SE MUDOU DO ESTIRÃO DO MAMÃO PARA A LOCALIDADE DE CONCEIÇÃO, E HOJE MORA EM MOJU JUNTO COM SUA MÃE E IRMÃ. SEU PAI QUE DIRIGE CAMINHÃO ABANDONOU A FAMÍLIA.
JOÃO TEM UM CORAÇÃO DE DRAGÃO. ELE NÃO GOSTA DE NINGUÉM, NEM DE SUA FAMÍLIA. É REVOLTADO. OUTRO DEFEITO É QUE TUDO OQUE VÊ JÁ SAI PEDINDO OU PEGANDO COM SUA MÃO BOBA. O APELIDARAM DE PEDICHÃO.
CERTA MANHÃ JOÃO CHEGOU NA SUA CASA CARREGADO DE BRINQUEDOS: AVIÃO, TUBARÃO, ... SUA MÃE PÕE TUDO NUMA SACOLA, PEGA-O PELO BRAÇO E VAI COM ELE ATÉ ONDE PEGOU, MANDA ELE DEVOLVER E PEDIR DESCULPAS. JOÃO APRENDEU UMA LIÇÃO E HOJE É UM CIDADÃO.
Autor: Raimundo Gomes de Souza 

Antes de ensinar os sons vocálicos.

Antes de ensinar os sons vocálicos trabalhe as cinco capacidades que antecedem a alfabetização.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

CONTO: A CASA DOS MORTOS

A CASA DOS MORTOS

As margens do rio Moju existem inúmeras taperas e uma especial, pois lá era utilizada para deixar os leprosos e todos os que apresentavam qualquer tipo de doença não curável na época no Estado do Pará. Este lugar também era utilizado para servir de refúgio a inúmeros assassinos ou demais criminosos que utilizavam o local para se defender da polícia, visto que nenhum policial se manifestaria a ir até lá. Na verdade deste lugar tinham pavor pelos leprosos e também pelos criminosos.
Lá viveram e morreram centenas de pessoas das mais diversas doenças. O cemitério era ao lado da casa. O casarão de madeira era enorme para comportar um grande número de pessoas. Existiam dezenas e dezenas de quartos e um corredor imenso.
Com o tempo após a morte de todos que lá habitavam, restou uma enorme tapera com centenas de árvores frutíferas plantadas pelos doentes. No entanto, dizem que o local era aterrorizador, ninguém podia morar lá que apanhava da visagem. Ela os botava para correr. Podia ser o mais corajoso dos homens pegava muita porrada, eram tapas, chutes e pontapés que o caboclo se jogava pela janela rebolando, levantando e caindo de tanto apanhar.
A terra era muito produtiva e os roçados davam muita mandioca, só que se trabalhava de dia e antes do anoitecer tinha-se que ir embora para o outro lado do rio onde morava o dono e demais vizinho. Nenhuma viva alma morava próximo da tapera.
Um dia apareceu uma família muito humilde a procura de trabalho e de um lugar para morar. Era um homem, sua mulher e duas crianças, um de Sete anos e outro de Cinco.
O empresário falou que não tinha nenhuma casa disponível deste lado do rio, a única casa desocupada era a da outra margem, mas havia um problema com a visagem que colocava seus moradores para correr debaixo de porrada.
O homem aceitou o emprego e de morar na casa mal assobrada com sua família. Foram para a casa e arrumaram seus troços nos cômodos. Depois foram parar o retiro fazer farinha.
Quando deu quase seis horas da tarde a família lembrou que não havia querosene para colocar nas lamparinas e iam passar a noite no escuro.
O marido da mulher disse a ela que ficasse com as duas crianças que ele ia bem rápido na casa do patrão do outro lado do rio comprar o querosene e comida e voltava o mais rápido possível antes do dia escurecer. Ele pegou o casco e remou o mais depressa para a casa do seu patrão.
Como força do destino assim que chega na casa do patrão se forma uma imensa tempestade com trovoada e relâmpagos não deixando o homem voltar para sua família que ficara na casa com fome e no escuro.
A partir do momento que anoitece a mulher e as duas crianças começam a ouvir conversas, passos e gemidos, e arrastar de correntes e o amolar de terçado, enxadas e foices.
As visagens começaram a acender velas pela casa que num instante ficou toda iluminada. A mulher e as crianças ouviam vozes, mas não viam nada. Nesse instante um dos meninos disse que estava com sede e sua mãe disse que não dava para ir até a cozinha só para pegar água para ele. No entanto, assim que olha para o lado viu que alguém trouxe o pote e colocara próximo da rede onde estava deitada com os dois filhos, ela sentiu seu cabelo arrepiar e um calafrio por todo o corpo.
Ela fechou o olho, suspirou bem fundo, pega o copo e dá um pouco de água para as crianças. Quando de repente começam a ouvir um passos que vem no corredor em direção ao quarto onde estão. Ouvem-se o ranger das tábuas sob os pés da visagem e o barulho de seus passos, trau, trau, trau, trau, trau, trau. A mulher paralisada de medo não respirava e nem piscava.
Quando a visagem chega próximo ao quarto ela estanca para atender alguém que está gemendo de dor e agonia no corredor como se estivesse morrendo.
Huuuuuum, aiiiiiiiiiii, uiiiiiiiiiiiiii, háaaaa, hum.
Nisso chega outra visagem e pergunta:
__ Como está o doente?
A outra visagem responde.
__ Ele acabou de morrer.
A mulher e as crianças tudo ouviam e estavam apavoradas e morrendo de medo, mas não podiam fazer nada, correr para fora ia ser pior porque a chuva estava muito grossa, relampejando e as visagens estavam andando e conversando do lado de fora da casa, além de estarem amolando suas ferramentas de trabalho como foices, machados, enxadas e terçados num ranger incessante entre o almeril e a ferramenta. O único jeito era ficarem quietos rezando e pedindo para Deus ajudá-los e protegê-los.
As outras visagens vieram ver o que tinha acontecido, e quando souberam que o doente acabara de morrer começaram a puxar tábuas, e serrar com o serrote, enquanto um martelava, outros pregavam e só pararam quando o caixão estava pronto.
Nisso uma das visagens pergunta quem vai vigiar o morto, pois nós temos que ir trabalhar. Aí uma das visagens diz:
__ No quarto do lado tem uma mulher, vamos pedir para que ela vigie o caixão.
A mulher tudo ouvia e seu coração só faltava sair pela boca, as crianças já estavam dormindo e era de madrugada.
As visagens vieram até a mulher e disseram para que vigiasse o defunto até de manhã e que não deixasse acontecer nada com o caixão senão seus filhos ficariam presos para sempre na casa junto com os mortos.
A mulher viu as visagens saindo conversando em direção ao roçado até que parou de ouvir as vozes ao longe. Ela olhava para o enorme caixão todo iluminado com centenas de velas em cima de uma mesa.
De vez em quando alguma coisa se mexia dentro do caixão quase caindo da mesa e a mulher se preparava para segurar com muita força para que não caísse já que a altura era grande e temia pelo que as visagens poderiam fazer com seus filhos se alguma coisa acontecesse com o caixão.
Toda vez que a mulher tentava se aproximar do caixão o defunto se mexia lá dentro. Assim, ela vigiava de longe, só olhando e rezando para Deus não deixar que nada de mal acontecesse com ela e seus filhos.
Quando o dia ia amanhecendo a mulher percebeu que como por encanto as velas sumiram de toda a casa ficando a penumbra do amanhecer. A única claridade vinha de dentro do caixão que brilhava por entre as fechas das tábuas.
A mulher se aproximou do caixão, e o defunto lá dentro brilhava com uma luz intensa, ela pensou que fosse uma alma penada e que estava no meio de fogo do inferno, que o brilho fosse as chamas do fogo. Num lampejo de fúria e humanidade pensou em ajudar a alma penada soltando ela do caixão.
A mulher pegou um martelo e despregou a tampa do caixão. Quando abriu com toda a força e rapidez viu que dentro do caixão tinha uma coisa surpreendente.
O caixão estava cheio de riquezas em ouro e pedras preciosas. Nesse momento seu marido vai chegando e o dia já amanheceu. Ela acabou de passar pela pior noite de sua vida. Mostrou ao marido o tesouro que estava no caixão, eles colocaram em vários sacos e embarcaram no casco, pegaram os filhos e foram embora no mesmo momento para bem longe da casa dos mortos.
A tapera existe até hoje, no entanto, a maioria das grandes árvores de centenas de anos como piquiazeiros, castanheiras e bacurizeiros foram jogados ao chão pelas madeireiras.
Não há vestígios mais do cemitério, só relatos de que o local até hoje ainda é muito visagento que arrepia os cabelos do corpo e o ouvido faz tiiiiiiiiiiiiiinnnnn num zumbido de dor e a sensação de que tem alguém do seu lado ou atrás de você o tempo todo quando vai juntar as frutas da tapera. Às vezes você tem a impressão de estar sendo observado por alguém e sente uma sensação de frio e arrepio do cabelo num medo imaginável, pois apesar de a casa dos mortos ter sido destruída eles continuam com suas almas presas até hoje no local.

CONTO: A VISAGEM SEM CABEÇA


A VISAGEM SEM CABEÇA

Lá no Curuperé há muito tempo atrás aconteceu um fato que marcou a vida de muita gente numa noite de festa na comunidade em uma casa onde encontrava-se quase toda a população reunida e que passaram uma noite horripilante.
Era noite e estavam em festa em um barracão, já era tarde e tinha acontecido umas três porradas entre os caboclos do lugar. Tudo por causa de uma linda mulher que atraía a atenção de todos os homens. Cada qual queria dançar com ela, e isso fazia com que os mais exaltados e ciumentos puxassem confusão e a briga acontecia. Era tapa, sôco e murro, briga somente no punho, na mão, nada de arma além dos músculos.
Quando deu umas meia noite a mulher sumiu da festa e os homens começaram a procurar por ela e não encontraram. Até que um deles quando dirigia-se para o retiro viu alguma coisa estranha dentro da tábua de amassar mandioca, e que chamam de maceira. A cabeça da mulher mais desejada encontrava-se dentro da maceira. Ele mais que depressa gritou para as pessoas que chegaram um após o outro.
A procura foi intensa pelo corpo da mulher, mas nada foi encontrado. Eles não sabiam o que fazer com a cabeça, uns diziam para enterrar, outros queriam que ficasse dentro da maceira até o outro dia quando a polícia chegasse e outros queriam levar para o local onde estava acontecendo a festa para ser velado, mas as pessoas queriam continuar a festa e a maioria decidiu que deveriam enterrar, e foi o que fizeram.
Quando foi umas quatro da madrugada ouviram um barulho ensurdecedor vindo do retiro era algo que representava dor. Eles pararam de dançar e ficaram escutando, o grito de desespero era algo sobrenatural, pois nenhum ser humano poderia emitir um som tão intenso que fazia com que a alma da pessoa parece sair do corpo.
A visagem chegou no retiro e procurou sua cabeça dentro da maceira e quando ela não encontrou começou a gritar desesperada com a dor vindo do fundo de sua alma animalesca. A mulher quando ia virar um tipo de bicho ela arrancava sua cabeça e nascia outra por dentro do pescoço em forma animal. Ela deixava a cabeça escondida para quando fosse desvirar.
Quando ela chegou para se destransformar e pegar sua cabeça de volta e não encontrou ela saiu desesperada a procurar e como não achou ela foi direto para a festa que estava acontecendo com tanta raiva para provocar a pior desgraça possível até ter sua cabeça de volta.
A visagem sem cabeça parou o motor e o salão ficou escuro. As pessoas começaram a gritar desesperadas de medo e de dor, pois pelo meio do salão as pessoas caiam ensaguentadas, com braços pelo chão, pernas decepadas e cabeças rolando. Era desespero e gritos para todo lado, as pessoas corriam e muitos conseguiram escapar do salão. Eles sabiam que a única saída era desenterrarem a cabeça dela e devolver.
Aos prantos das mulheres e gemido dos homens que conseguiram sair do salão foram todos desenterrar a cabeça e colocar dentro da maceira. Quando desenterraram ela já estava viva e gritou para o seu corpo chamando-o. Quando escutou o chamado a visagem saiu em direção a sua cabeça.
O dia já vinha amanhecendo e as pessoas estavam ensaguentadas, amendrontadas e amontoadas, a visagem sem cabeça havia pego sua cabeça e desaparecido. A mulher nunca mais foi vista. Eles foram cuidar dos feridos e enterrar os defuntos que haviam sido mortos pela visagem. As pessoas custaram esquecer o fatídico incidente com esta visagem que tirava a cabeça para desenvolver o seu fado. Todos que passaram por essa noite de horror envelheceram e morreram, mas o fato de horror pelo qual passaram está presente na mente de algumas pessoas idosas do local.
Quanto a visagem sem cabeça dizem que continua o seu fado nas noites até o fim dos tempos passando de corpo em corpo. É uma visagem que precisa de um parente de sangue, pode ser irmão, sobrinho ou neto. Somente após encontrar a pessoa certa para passar o seu fado de visagem, este agora pode morrer sabendo que alguém vai continuar a passar pelo mesmo ritual de magia e misticismo até desencarnar fazendo o mesmo processo por todos os tempos.

CONTO: ROMANINO

Conto 01

ROMANINO


Lá no Alto Moju, passando a Vila da Soledade, há muito tempo atrás morava uma família grande composta pelo casal e uma porção de filhos. Um dos rapazes se chamava Romanino, era um jovem com 17 anos, magro de uma boa estatura, pele clara e um excelente caçador. Ele tinha um tiro certeiro de acordo com os relatos.
A família também tinha excelentes cães de caça treinados com faro para cutia, paca, tatu, veado e catitu, alguns chamam de porco do mato ou queixada, pelos enormes dentes. Romanino na verdade matava qualquer tipo de caça.
Na manhã de 12 de junho dia de Nossa Senhora do Carmo, os jovens estavam se preparando para ir a festa da padroeira dos católicos da Vila do Carmo no município de Cametá.
O pai de Romanino quando viu que o filho não ia pediu a ele que fosse caçar, pois estava com muita vontade de comer carne de caça. Romanino não queria ir dizendo que estava cansado e que também era feriado, mas depois de muita insistência do pai e porque era um filho obediente decidiu sair para caçar.
Romanino pegou a espingarda e chamou os três cães de caças da família e se foi para as matas do Umarizal na busca de matar uma caça para saciar o desejo de seu pai.
Romanino saira de sua casa pela manhã, chegou a noite e ele não voltara, a preocupação dos pais era muito grande. Os vizinhos foram avisados e saíram na escuridão da mata atirando para o alto e gritando por ele, mas como por encanto, havia desaparecido junto com os cães sem deixar vestígios.
As pessoas ficaram procurando até altas horas da noite, mas depois de exaustos de cansaço e nada encontrando decidiram voltar para suas casas e recomeçar a busca no outro dia.
No dia seguinte enquanto a polícia foi acionada os vizinhos fizeram uma intensa varredura nas matas do Alto Moju, mas precisamente nas matas da localidade do Umarizal, mas nada foi encontrado nem sequer uma pista nem de Romanino nem dos cães. Foram dias de procura e decidiram suspender as buscas.
A família triste com a perda e arrasada ainda ficou semanas procurando e nada, o pai de Romanino se sentia culpado pelo desaparecimento do filho e não se perdoava chorando o tempo todo. Assim, decidiram se mudar do Umarizal para reconstruírem a vida em outro lugar e tentar amenizar a dor da perda que estavam sentindo.
Até hoje ninguém soube realmente o que aconteceu com Romanino, existem algumas versões, têm pessoas que dizem que por morarmos em plena floresta no meio da Amazônia que é cheia de animais de várias espécies o Romanino pode ter sido engolido por uma anaconda, e o mesmo teria ocorrido com os cães que foram pegos quando tentaram defendê-lo. Por isso desapareceram sem deixar vestígios.
Devido a mítica muito forte do povo das florestas e caboclo amazônida a explicação mais difundida é a de que Romanino fora encantado por uma das manifestações lendárias como a curupira, mãe d’ água, mãe do mato ou outro ser místico da Floresta.
Para reforçar o conto de que está encantado junto com os cães existem inúmeros relatos de caçadores do Umarizal de que quando estão caçando pressentirem Romanino. Há quem até tenha ouvido ele arribando e os cachorros latindo. Há até um relato ocular recente de que uma noite os trabalhadores madeireiros que transportavam no caminhão toras das matas do Umarizal terem visto um rapaz com uma espingarda no ombro e três enormes cães atravessado muito rápido o ramal pela frente do caminhão e descrição de Romanino.
A história de Romanino ter desaparecido junto com os seus três cães em uma caçada é uma história verdadeira que ocorreu no Umarizal. Quanto ao que aconteceu com ele depois de mais de meio século do ocorrido não se têm uma explicação oficial, mas apenas especulações e suposição do ideário que faz parte das manifestações místicas do provo amazônida.
Hoje a história de Romanino não se resume a apenas o povo do Umarizal, mas já é bastante difundida por todo o município de Moju entre os moradores. A única coisa certa é que realmente o fato aconteceu, quanto a explicação fica por conta da crença de cada um que ouve a história do Romanino que está presente e vivo na memória do povo mojuense.
Esta história foi contada pela dona Diva, esposa do senhor Acácio, que moram na boca do igarapé do Umarizal ao recenseador do IBGE Raimundo Gomes de Souza em junho de 2007.